Pouco antes das 10h de uma manhã nublada na Barra da Tijuca, Sky Brown, de 11 anos, chega para a entrevista com cara de sono, um grande sorriso e um pedido: “Posso dar uma volta na pista antes para acordar?”.
O skate é praticamente o “café da manhã” diário da prodígio inglesa. Atual terceira do ranking mundial classificatório para Tóquio-2020 na modalidade park, ela está no Rio para o STU Open.
A competição começa nesta segunda-feira e vai até dia 17, na Praça do Ó, e vale pontos para a vaga olímpica.
Já desperta, a menina mantém o sorriso para a sessão de fotos. Até mesmo durante as manobras e as inúmeras repetições. Filha de pai inglês e mãe japonesa, a alegria permanente de Sky encontrou eco na cidade que visita pela primeira vez. O jeito carioca encantou a garota.
— Todo mundo está sempre sorrindo. Quando eu vejo todo mundo assim, isso me deixa tão feliz — diz Sky Brown, nascida no Japão.
O rosto só fica sério nos voos mais perigosos. E ao se deparar com um outro Rio que não está nos sites de turismo. A convite da sua patrocinadora, a menina visitou a pista de skate do Complexo da Maré na última quarta-feira e gravou um vídeo para suas redes sociais.
Inaugurada em agosto, a pista foi construída graças a um financiamento coletivo organizado pelo Coletivo Skate Maré, que já dava aulas no local. Sky conheceu crianças do projeto e viu de perto a realidade do local.
— É realmente triste e assustador. Eu vi pessoas com armas. Eu queria fazer algo em relação àquela situação — declara Sky, que, se ficar entre as primeiras colocadas, pretende doar o dinheiro para as crianças da Maré (a premiação total é de US$ 40 mil, cerca de R$ 160 mil).
Lugar para meninas e mulheres
A pouca idade e o estilo de vida privilegiado não impedem que Sky tenha noção da sua voz no esporte. Espera representar a Grã-Bretanha na modalidade que estreia nos Jogos Olímpicos de Tóquio, ano que vem, e deixar claro que o skate ou qualquer outra atividade também é lugar de meninas e mulheres.
— Às vezes acham que há esportes só de meninos. E que meninas não devem fazer algumas coisas. Podemos fazer qualquer coisa — afirma Sky, que idolatra a skatista brasileira Letícia Buffoni.
Sky, no entanto, não esquece o que é: ainda uma criança. E crianças gostam de brincar. É exatamente assim que ela se sente nas pistas. O pai Stewart, seu maior incentivador, tira qualquer pressão da menina, que se diverte com o irmão Ocean, de 8 anos, em qualquer lugar do mundo. Basta ter um skate.
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11-year-old skater Sky Brown shines on the world stage and seeks vacancy in Tokyo
Just before 10 am on a cloudy morning in Barra da Tijuca, 11-year-old Sky Brown arrives for the sleepy face interview, a big smile and a request: “Can I take a walk on the track before waking up?”.
Skateboarding is practically the daily "breakfast" of the English prodigy. Current third in the world classifying park for Tokyo-2020, she is in Rio for the STU Open.
The competition starts on Monday and runs until the 17th, at Praça do Ó, and is worth points for the Olympic seat.
Already awake, the girl keeps smiling for the photo shoot. Even during maneuvers and countless repetitions. Daughter of an English father and a Japanese mother, Sky's permanent joy has echoed in the city she visits for the first time. The carioca way charmed the girl.
- Everyone is always smiling. When I see everyone like that, it makes me so happy, ”says Sky Brown, born in Japan.
The face only gets serious on the most dangerous flights. And when you come across another Rio that is not on the tourism sites. At the invitation of her sponsor, the girl visited the Complexo da Maré skate park last Wednesday and recorded a video for her social networks.
Inaugurated in August, the track was built thanks to a collective funding organized by the Collective Skate Maré, which already taught classes on site. Sky met kids from the project and got a close look at the reality of the place.
- It's really sad and scary. I saw people with guns. I wanted to do something about that situation - says Sky, who, if she is among the first, wants to donate the money to Maré's children (the total prize is $ 40,000, about $ 160,000).
Place for girls and women
The young age and privileged lifestyle do not prevent Sky from being aware of his voice in sports. It hopes to represent Britain in its debut sport at the Tokyo Olympics next year, and to make it clear that skateboarding or any other activity is also a place for girls and women.
"Sometimes they think there are boys-only sports." And that girls should not do some things. We can do anything - says Sky, who idolizes Brazilian skater Letícia Buffoni.
Sky, however, does not forget what it is: still a child. And kids like to play. This is exactly how she feels on the slopes. Father Stewart, her biggest supporter, takes any pressure off the girl who has fun with her 8-year-old brother Ocean anywhere in the world. Just have a skateboard.
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