A viagem não foi das mais confortáveis. Foram 60 horas de ônibus para percorrer os quase três mil quilômetros que separam Blumenau (SC) de Imperatriz (MA). Mas nada que apagasse a alegria de Rayssa Leal: ela voltava para casa depois de ter conquistado seu primeiro título brasileiro de skate na modalidade street. Com apenas 7 anos. Derrotando meninas de até 10.
— Quando acabou a competição, não tinhamos dinheiro para voltar — conta ela, que agora tem 11 anos e continua viajando acompanhada dos pais: — Donos de food trucks, que tinham trabalhado no evento, nos ajudaram a comprar passagens. Mas o dinheiro só deu para duas. Eu vinha no colo da minha mãe e do meu pai. Nossa, doía muito as costas. Chegamos moídos.
Aquele sacrifício, e os muitos que vieram depois, valeram a pena. Com 1,33m e 28kg, Rayssa é a quinta colocada no ranking mundial de street entre atletas adultas — o que lhe garantiria, se os Jogos de Tóquio-2020 fossem hoje, uma vaga entre as representantes brasileiras no evento, ao lado de Pamela Rosa, líder do ranking, e Letícia Bufoni. Um detalhe: as companheiras da menina prodígio têm 19 e 26 anos, respectivamente.
A pouca idade poderia ser um empecilho para a participação de Rayssa na Olimpíada. Mas a Carta Olímpica estabelece que as federações internacionais de cada modalidade têm autonomia para determinar suas regras de competição. E a World Skate não estabeleceu limite mínimo de idade para competir.
— O caderno técnico, publicado dois anos antes dos Jogos, é claro: se ela se classificar, vai — diz Eduardo Musa, presidente da Confederação Brasileira de Skate.
Fadinha, apelido surgido nas redes sociais
Pelo nome é provável que pouca gente conheça Rayssa Leal. Seu apelido é bem mais popular: Fadinha do Skate. Ele surgiu há quase quatro anos, quando um vídeo feito pela mãe da menina, Lilian, viralizou. Rayssa tinha acabado de participar de um desfile de 7 de Setembro e, ainda fantasiada de fada, foi brincar de skate na rua. Suas manobras bombaram nas redes sociais.
— Na última vez que olhei, tinha mais de 150 mil visualizações — diz a garota, contando apenas quem viu o vídeo original postado no Youtube.
O talento precoce de Rayssa fez os pais deixarem seus empregos — Haroldo era vidraceiro, Lilian era operadora de caixa — para viver em função dos treinos e torneios da filha.
— Ela disputou três Brasileiros e foi bem nos três. Aí veio a notícia da estreia do skate nos Jogos. Vimos que tinha chance de disputar vaga com as mais velhas — conta a mãe.
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fonte:
https://extra.globo.com/esporte/com-11-anos-133m-28kg-rayssa-leal-pode-representar-brasil-no-skate-nos-jogos-olimpicos-de-toquio-23774437.html
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--in via tradutor do google
With 11 years, 1.33m and 28kg, Rayssa Leal can represent Brazil in skateboarding at the Tokyo Olympics.
The trip was not the most comfortable. It was 60 hours by bus to cover the nearly three thousand kilometers separating Blumenau (SC) from Imperatriz (MA). But nothing to erase the joy of Rayssa Leal: she returned home after having won her first Brazilian skateboarding title in street mode. At only 7 years. Defeating girls under 10.
"When the competition was over, we did not have the money to go back," she says, who is now 11 and still traveling with her parents: - Food truck owners, who had worked at the event, helped us buy tickets. But the money only paid for two. I was on my mom and dad's lap. Wow, that hurt a lot. We arrived ground.
That sacrifice, and the many that came later, were worth it. At 1.33m and 28kg, Rayssa is fifth in the world ranking of street among adult athletes - which would guarantee, if the Tokyo-2020 Games were today, a spot among the Brazilian representatives at the event, alongside Pamela Rosa , leader of the ranking, and Letícia Bufoni. One detail: the companions of the prodigy girl are 19 and 26 years, respectively.
At a young age it could be an impediment to Rayssa's participation in the Olympics. But the Olympic Charter establishes that the international federations of each modality have autonomy to determine their rules of competition. And World Skate did not set a minimum age limit to compete.
- The technical report, published two years before the Games, is clear: if it qualifies, it will - says Eduardo Musa, president of the Brazilian Skate Confederation.
Fadinha, nickname appearing on social networks
By the name is likely that few people know Rayssa Leal. His nickname is much more popular: Skate Fadinha. It came about almost four years ago when a video made by the girl's mother, Lilian, viralized. Rayssa had just attended a parade on September 7 and, still dressed as a fairy, was playing skateboarding on the street. Their maneuvers pumped into social networks.
- The last time I looked, it had more than 150 thousand views - says the girl, telling only those who saw the original video posted on Youtube.
Rayssa's early talent made her parents quit their jobs - Haroldo was a glazier, Lilian was a cashier - to live up to her daughter's training and tournaments.
- She played three Brazilians and did well in all three. Then came the news of the skateboarding debut at the Games. We saw that he had a chance to play for the older ones, "says his mother.