Bicampeão sul-americano, que venceu ladeiras em campeonatos de Downhill Skate pelo mundo, agora se prepara para competir também no mundo dos negócios
Pepe Laporte, de roupa preta e tênis vermelho,
participando de uma competição na República Tcheca
(foto: Pepe Laporte/Arquivo pessoal)
Descendo ladeiras, cortando o ar, surfando em cima da sua prancha enquanto evita os carros que sobem e descem. É assim que Pepe Laporte treina para as suas competições. O skatista vice campeão mundial e bicampeão sul americano de Skate Downhill trocou uma carreira dentro das quatro linhas pela vida em cima das quatro rodas: "Eu sai de um cenário do futebol, com uma pegada muito mais egocêntrica e fui para o skate, onde todo mundo se ajuda". Hoje depois de vários prêmios e quedas no mundo Downhill, o atleta se prepara para um novo desafio na vida, conquistar o mundo dos negócios.
ENCONTRO - Como começou a sua história no Downhill Speed?
PEPE LAPORTE - Eu sempre me amarrei em skate, desde novo já consumia um pouco do estilo de vida tanto nas roupas como no jeito de ser. Quando eu tinha uns 6, 7 anos de idade tive o meu primeiro contato direto com o skate por meio de um primo mais velho, que já andava e surfava. Mas como eu jogava bola na época, acabei ficando dividido entre o skate e o futebol e acabei escolhendo a pelota. Depois de alguns anos eu mudei para Nova Lima e foi onde me reencontrei com o skate através do Downhill. Comecei a descer ladeira influenciado por alguns colegas de sala que na época já praticavam também. Lembro que tomei um capotasso na minha primeira primeira descida, fiquei duas semanas de molho, falei que nunca mais ia andar de skate, mas na terceira semana resolvi dar uma segunda chance! Depois disso não consegui tirar mais meus pés de cima do skate.
Você treina aqui na grande BH? Quais os lugares preferidos, como é a sua rotina?
Eu costumo falar que sou privilegiado. A gente mora na Disneylândia do Downhill, não é à toa que o campeão do mundo e o vice-campeão mundial são do mesmo lugar. Belo Horizonte é cercada de morros e serras que nos permitem evoluir na prática. A gente costuma treinar na região de Nova Lima, Macacos, Moeda e Itabirito. Ano passado eu estava muito focado, corri em mais de 9 países diferentes disputando contra mais de 500 atletas do ranking mundial e acabei ficando com o vice campeonato. A minha rotina foi muito pegada entre vários treinos, dieta, academia, fisioterapia e personal trainer. Por trás de qualquer atleta de alta performance existe muita dedicação e resiliência. A gente trabalha com resultado. Neste ano eu vou participar de apenas um evento, em Barcelona. É um evento especial em perfil olímpico que vai funcionar como uma possível chance de entrada do Downhill nas Olimpíadas de 2024. Estarei correndo somente na Espanha devido a execução do nosso novo empreendimento que vamos abrir agora em julho, no Vila da Serra. Este ano minha energia está voltada a retribuir ao skateboard tudo o que ele me trouxe e traz de bom na minha vida e na vida daqueles que compartilham esse lifestyle.
O LayBack Park BH com certeza foi um encontro de pessoas na mesma energia, surfando a mesma onda, que acreditam que ideias não são nada sem execução. Há bastante tempo já venho prospectando algo parecido com o que estamos realizando hoje. Após algumas tentativas frustradas acabamos nos reencontrando com a galera da Layback Beer com um novo modelo de park que está em expansão Brasil afora. A marca é co-fundada pelo Pedro Barros (um dos skatistas mais influentes da atualidade) e seu pai, André Barros que criaram a cerveja como uma forma de incentivar o esporte e apoiar os atletas do surf e do skate mundial. A LayBack nasceu em Florianópolis no coração do skate, da arte e da música. E é essa essência que estamos trazendo para Belo Horizonte. Um complexo cultural que une skate, arte, música, gastronomia e vivência! A previsão é de julho já estarmos de portas abertas para todos.
O recorde mundial de velocidade no downhill é 146 km/h. Você tem uma estimativa da velocidade média que costuma atingir nos treinos e nas competições?
Essa marca foi batida em um evento especial que tinha como finalidade quebrar o maior recorde da história. Não tenho muito tesão em competir esse tipo de evento, não é meu objetivo ser o mais rápido em linha reta. Tenho um estilo mais técnico e solto. Eu prefiro muito mais uma corrida de verdade, que envolve mais competidores e mais habilidades.
Sua família tem medo de você machucar?
Minha família tem muito medo, eu também tenho muito medo, meus amigos têm muito medo. Enfim, é inquestionável que o nosso esporte é de alto risco e se eu te falar que não tenho medo nenhum, estaria mentindo para você. Mas o medo na dosagem certa faz bem. Acredito que tudo o que almejamos realizar na vida independente da área que atuamos tem que nos trazer medo. Nossos objetivos se concretizam quando quebramos a barreira do medo. A vontade de realizar tem que sempre ser maior que o medo de cair. No meu caso, quando a prática envolve autoconhecimento, amor e uma boa logística de segurança, o perigo é amenizado.
E como foi sua trajetória no Campeonato Mundial de 2018?
Ano passado tive a honra de representar o Brasil em 10 etapas do circuito mundial viajando por oito países. O ano é dividido em tours: Ásia e Oceania, Europa, norte-americano e sul-americano. Estive na Austrália, Coreia do Sul, República Tcheca, Itália. Estados Unidos, Equador, Peru e Brasil. Acabei ficando em segundo no ranking mundial! Foi uma jornada gratificante, muito difícil, cansativa, com algumas lesões, muita dor, mas também muita alegria e muita vontade de estar lá representando a nossa bandeira. Enfim, acho que tudo vale a pena quando se tem amor e fé na batalha que escolhemos lutar. As etapas de cada continente do tour mundial também são válidas para premiar o campeão local e eu acabei sendo bicampeão sul-americano pelos meus resultados nas etapas do Peru, Equador e Brasil.
A Federação Internacional de Downhill colocou você como um dos favoritos para ganhar o título de campeão mundial, atrás apenas do Thiago Lessa. Como é concorrer com alguém que você tem uma relação tão próxima e qual a sua expectativa para o campeonato deste ano?
Eu e o Thiago andamos juntos há um bom tempo. Ele é 9 anos mais velho que eu, sempre foi uma inspiração para mim e quando eu comecei o Lessa já se destacava. Ele era o cara daqui de BH que já tinha um reconhecimento nacional e estava começando sua empreitada mundo afora. Ele é o Max Ballesteros foram dois caras que me motivaram muito a seguir no esporte e puxaram meu nível para outro patamar. Ano passado eu e Thiago fizemos história, pois foi a primeira vez que dois amigos, que treinam juntos todos os dias, disputaram o circuito mundial e trouxeram o primeiro e o segundo lugar para casa. Dentro da corrida somos todos profissionais, não tem amizade, têm profissionais que estão ali com o objetivo de vencer e que se respeitam. Mas não importa o que aconteça na pista, somos amigos, somos irmãos, nos respeitamos e é assim que tem que ser. O skate é isso: dentro de campo todo mundo quer ganhar, mas nada que atrapalhe a nossa união e o nosso companheirismo. Hoje o Thiago e o Max são como uma família para mim e olhar para trás e ver o quanto já realizamos juntos, desde os dias de luta aos de glória, é realmente muito gratificante. E a minha sensação é que essa história está só começando!
comemore seu aniversário na
Mega Roller Skate Park
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fonte:
por GM Gabriel Marques
Sinta-se livre para me deixar uma linha em:
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in via tradutor do google
Interview: Skatista Pepe Laporte turns entrepreneur.
Two-time South American champion who has won slopes in Downhill Skate championships around the world, is now preparing to compete in the business world too.
Pepe Laporte, in black clothes and red sneakers, participating in a competition in the Czech Republic (photo: Pepe Laporte / Personal archive)
Climbing down hills, cutting through the air, surfing on top of your board while avoiding cars that go up and down. This is how Pepe Laporte trains for his competitions. World skateboarder and two-time South American skateboard champion Downhill traded a career within the four lines of life on top of all four wheels: "I left a football scene with a much more egocentric footprint and went to skateboard where everything world is helping. " Today after several awards and falls in the Downhill world, the athlete prepares for a new challenge in life, conquering the business world.
ENCOUNTER - How did your story start at Downhill Speed?
PEPE LAPORTE - I've always strapped on a skateboard, since it was already a little bit of the lifestyle, both in clothes and in the way of being. When I was about 6, 7 years old I had my first direct contact with skateboarding through an older cousin who was already walking and surfing. But as I played ball at the time, I ended up being divided between skate and soccer and I ended up choosing the ball. After a few years I moved to Nova Lima and it was where I came across skateboarding through the Downhill. I started down the slope influenced by some classmates who at the time already practiced as well. I remember I took a bonnet on my first first descent, I stayed two weeks in the sauce, I said I would never skate again, but in the third week I decided to give it a second chance! After that I could not get my feet off the skateboard anymore.
Do you train here in the great BH? What are your favorite places, how is your routine?
I usually talk about being privileged. We live in Downhill Disneyland, no wonder the world champion and the runner-up are from the same place. Belo Horizonte is surrounded by hills and hills that allow us to evolve in practice. We usually train in the region of Nova Lima, Macacos, Moeda and Itabirito. Last year I was very focused, I ran in more than 9 different countries disputing against more than 500 athletes of the world ranking and I ended up getting the vice championship. My routine was very much in between training sessions, diet, gym, physiotherapy and personal trainer. Behind any high performance athlete there is a lot of dedication and resilience. We work with results. This year I will attend only one event in Barcelona. It is a special Olympic profile event that will work as a possible Downhill opportunity for the Olympics in 2024. I will be running only in Spain due to the execution of our new venture that we will open now in July in Vila da Serra. This year my energy is dedicated to repaying to skateboard everything he has brought me and brings good in my life and in the lives of those who share this lifestyle.
LayBack Park BH was certainly a meeting of people in the same energy, surfing the same wave, who believe that ideas are nothing without execution. I've been prospecting for quite some time now, something like what we're doing today. After a few frustrated attempts we ended up meeting again with the Layback Beer crowd with a new model of park that is expanding in Brazil. The brand is co-founded by Pedro Barros (one of today's most influential skateboarders) and his father, André Barros, who created beer as a way to encourage sports and support surfers and skateboarders worldwide. LayBack was born in Florianópolis at the heart of skateboarding, art and music. And it is this essence that we are bringing to Belo Horizonte. A cultural complex that combines skate, art, music, gastronomy and living! The July forecast is already open for all.
The world record for downhill speed is 146 km / h. Do you have an estimate of the average speed you usually achieve in training and competitions?
This mark was hit in a special event that had as purpose to break the greater record of history. I'm not too keen on competing in this type of event, it's not my goal to be the fastest straight. I have a more technical and loose style. I much prefer a real race, which involves more competitors and more skills.
s your family afraid of hurting you?
My family is very afraid, I am very afraid too, my friends are very afraid. Anyway, it is unquestionable that our sport is a high risk and if I tell you that I am not afraid, I would be lying to you. But fear at the right dosage does well. I believe that everything we aim to accomplish in life independent of the area we operate must bring us fear. Our goals come true when we break the barrier of fear. The will to achieve must always be greater than the fear of falling. In my case, when the practice involves self-knowledge, love and good security logistics, the danger is softened.
And how was your career at the 2018 World Championship?
Last year I had the honor of representing Brazil in 10 stages of the world circuit traveling through eight countries. The year is divided into tours: Asia and Oceania, Europe, North American and South American. I've been in Australia, South Korea, Czech Republic, Italy. The United States, Ecuador, Peru and Brazil. I finished second in the world rankings! It was a gratifying journey, very difficult, tiresome, with some injuries, a lot of pain, but also a lot of joy and a lot of desire to be there representing our flag. Anyway, I think it's all worth it when there is love and faith in the battle we choose to fight. The stages of each continent of the world tour are also valid to reward the local champion and I ended up being two South American champion for my results in the stages of Peru, Ecuador and Brazil.
The International Downhill Federation has placed you as one of the favorites to win the title of world champion, behind only Thiago Lessa. How is it to compete with someone you have such a close relationship and what is your expectation for this year's championship?
Me and Thiago have been together for a long time. He is 9 years older than me, always been an inspiration to me and when I started the Lessa already stood out. He was the guy from BH who already had a national recognition and was starting his work around the world. He is Max Ballesteros were two guys who motivated me a lot to follow in the sport and pulled my level to another level. Last year me and Thiago made history, because it was the first time that two friends, who train together every day, competed in the world circuit and brought the first and second place home. Within the race we are all professionals, have no friendship, have professionals who are there with the goal of winning and who respect each other. But no matter what happens on the track, we're friends, we're brothers, we respect each other and that's the way it has to be. The skateboard is this: inside the field everyone wants to win, but nothing that disrupts our union and our fellowship. Today Thiago and Max are like a family to me and look back and see how much we have done together, from the days of struggle to glory, is really very rewarding. And my feeling is that this story is just beginning!
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