Ao longo de todos esse anos, Lucena viajou para diversos lugares para filmar e competir, como Nova York e Tampa, nos EUA, Chile e Sul e Nordeste do Brasil.
Poucos skatista cearenses chegaram na categoria máxima do skate brasileiro, como Charles Reginaldo (falecido em 2010), Daniel Tavares, Ticiano Alvares, Suênio Campos, Felipe Malukin e Anderson Resende.
Lucena teve um carreira como Amador com altos e baixos. Em 2000, Mario resolveu correr o Circuito Nordestino e – apesar de ter perdido algumas etapas – terminou o ranking na décima colocação.
Infelizmente, em 2002, enquanto disputava a última etapa, o Mario sofreu um grave lesão que o manteve afastado do skate por 3 anos.
O cearense voltou e continuou na luta para garantir seu lugar entre os skatistas profissionais brasileiros.
Na entrevista abaixo, Mario Lucena conta um pouco mais sobre sua trajetória e porque merece tornar-se um skatista pro. Confira a video-part “Nunca é tarde” aqui ou no final da matéria.
TS: Tornar-se um profissional é a realização de um sonho?
ML: Sempre foi. Mesmo durante o tempo que fiquei parado por conta da lesão, eu ainda acreditava que conseguiria realizar esse sonho. Mas ele parecia muito distante, até pelo tempo que estava parado e pelo que os médicos me falaram sobre voltar a andar.
TS: Qual a importância de você se tornar profissional para o skate cearense?
ML: Como o próprio titulo do meu video diz, nunca é tarde. Acho que com a minha profissionalização, muitos skatistas daqui vão manter a chama acesa e ter um pouco de esperança na realização desse sonho, tendo em vista todas as dificuldades encontradas em nossa região.
Sem falar que – ao me profissionalizar – vou poder incentivar e influenciar muitos outros skatistas e difundir mais e mais o esporte por aqui.
TS: Porque você merece virar pro?
ML: Acho que percorri todas as etapas até a maturidade no skate. Hoje vivo dele, e sou muito feliz trabalhando com o que sempre amei. Ser um atleta profissional não se trata somente de acertar manobras, mas principalmente ter postura profissional e saber ser uma influência positiva sempre.
TS: Você sofreu uma lesão e ficou afastado por 3 anos do skate. O que te fez não desistir de andar?
ML: Antes de me lesionar eu não tinha outra vida a não ser andar de skate. Era 24 horas por dia, sete dias na semana.
Eu até tentei me desligar e comecei a mexer com carros de arrancada e pensar em outras coisas para não me deprimir tanto. Mas o skate nunca me largou, e tudo que eu fazia me colocava de frente com ele novamente.
Certa vez, eu já morava sozinho e tava sem andar a um tempão naquela vibe de passar a noite acordado. Fica tipo um zumbi no posto de gasolina conversando sobre carro até o amanhecer.
Umas 11h da manhã toca a campainha. Quando eu abro, era Og de Souza, Marcos Roberto, Thiago Rocha e o Robson, da Revista Method, me chamando pra fazer umas fotos e dar um rolê.
Eles não sabiam que eu estava sem poder andar, e eu – por ser muito introvertido – fiquei com vergonha de dizer que não podia. Chegando lá, o pico era muito sinistro! Era uma piscina rasa, e ao redor era tudo pedra portuguesa.
Lembro que tiveram a ideia de por um cavalete da praça de ferro muito alto pra vir da piscina e pular por cima. Eu achava que nem ia sair nada, mas fui lá e pulei. Pra mim, aquilo renovou as esperanças. A foto saiu na revista um mês depois com a entrevista.
Eu passei mais dois meses sem conseguir nem sentar de tanta dor pelo impacto e esforço, mas sempre encontrava alguém na rua que vinha me falar pra voltar, que gostava de me ver andando.
Isso ia me dando força até pra continuar fazendo exercícios de fortalecimento para me recuperar.
TS: Como foi o seu retorno depois da lesão?
ML: Eu não estava sentindo dor havia um bom tempo, mas tinha medo que ela voltasse.
Eu ainda tinha o meu skate guardado embaixo da cama, mas com um shape muito velho. No meu aniversário, ganhei um shape da minha esposa, e ela me pediu que tentasse voltar pelo menos pra me divertir e exercitar.
Fui voltando aos poucos e não parei mais, só alegria.
TS: É verdade que quando começou a andar, você quebrou seu pé direito e teve que mudar a base pra regular?
ML: É verdade sim. Eu comecei a andar num condomínio onde tinha muita criança e o skate tava no auge. Todos tinham skates, mas eles só andavam de joelho empurrando e era apostando corrida.
Eu não queria andar de joelho e decidi andar em pé e tentar algumas manobras pra me diferenciar. Como não tinha noção de qual o pé ficava no tail e qual nos parafusos, acabei aprendendo com o pé direito à frente.
Andei por muitos anos assim, e até o primeiro campeonato que ganhei quando era criança corri assim.
Eu não tinha acesso a vídeos e nem revistas, então achava que tinha criado algumas manobras estranhas misturando Freestyle e Street.
Quando comecei a andar na rua e conhecer outros bairros e skatistas, comecei a pular escada, rampa e gap. Foi aí que acabei quebrando o pé e tive uma distensão na virilha.
Passei um tempo sem andar, e quando voltei notei que meu pé não fazia mais o mesmo movimento circular. Como usava ele pra chutar Flip e Heel Flip, tive de passar a usar ele só para bater o tail e usar o esquerdo pra chutar as manobras. E deu certo.
Com o tempo, o movimento do pé direito foi voltando, e hoje tenho uma certa facilidade em algumas tricks de switch por conta disso.
TS: Fale um pouco das suas marcas!
ML: Eu tive patrocínio desde muito cedo e sempre tive acesso aos donos das marcas. Assim passei a entender um pouco sobre como é ter uma equipe e como tudo funcionava.
Quis ter uma marca para ajudar uns skatistas da minha região que eu sabia que tinham futuro e que ninguém ajudava. Sempre acreditei que o que faz a marca são os atletas, porque eles são o foco principal e eles que vão estar ali na rua te representando.
Eu também tinha a necessidade de usar algo que fosse criado do meu jeito, com as minhas ideias e com o material aprovado por mim.
Comecei pelo shape com a Infiniti. Assim que lancei os primeiros shapes de teste, que nem desenhos tinham, eu já peguei um atleta pra apoiar e testar comigo o material. Aos poucos fui pesquisando e criando desenhos bem básicos, mas divertidos. Ao mesmo tempo fui aumentando o número de atletas que eu ajudava.
O nome Infiniti veio da ideia de que o skate é algo infinito em todos os sentidos. Ele não tem limite e está em constante evolução.
Com as vendas aumentando, senti a necessidade de criar a marca de lixa Pause Grip. Depois de muita pesquisa, cheguei a um produto final de boa qualidade e baixo custo.
O nome Pause Grip é inspirado no momento que você para no ar durante uma manobra com o skate colado ou parado no pé.
Passei a vender outros acessórios e itens de marcas de outros amigos para ter variedade. Foi quando lancei uma loja virtual no Instagram e Facebook, a Hashtag Skateshop.
Vou lançar também uma marca de rodas em 2019, mas ainda não finalizei o produto.
A maior pista de patinação sobre rodas do Brasil.
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Mario Lucena is 39 years old and has 30 skateboards. The skater from Fortaleza, Ceará, Brazil, wants to become a professional by CBSK in 2019.
Throughout all those years, Lucena traveled to several places to film and compete, such as New York and Tampa, in the USA, Chile and South and Northeast of Brazil.
Few skateboarders from Ceará reached the top category of Brazilian skateboarding, such as Charles Reginaldo (deceased in 2010), Daniel Tavares, Ticiano Alvares, Suênio Campos, Felipe Malukin and Anderson Resende.
Lucena had a career as Amador with ups and downs. In 2000, Mario decided to run the Northeastern Circuit and - despite having lost some stages - finished the ranking in the tenth place.
Unfortunately, in 2002, while disputing the last stage, Mario suffered a serious injury that kept him away from the skateboard for 3 years.
Ceará returned and continued the fight to secure its place among Brazilian professional skaters.
In the interview below, Mario Lucena tells a little more about his trajectory and why he deserves to become a pro skater. Check out the video-part "It's Never Late" here or at the end of the story.
TS: Becoming a professional is the realization of a dream?
ML: It always was. Even during the time I was stopped because of the injury, I still believed that I could achieve this dream. But he seemed very distant, even by the time he was standing and by what the doctors told me about walking again.
TS: How important is it for you to become a professional skateboarder from Ceará?
ML: As the title of my video says, it's never late. I think with my professionalization, many skaters here will keep the flame alive and have a little hope in achieving this dream, given all the difficulties encountered in our region.
Not to mention that - by professionalizing me - I will be able to encourage and influence many other skaters and spread more and more the sport here.
TS: Why do you deserve to turn pro?
ML: I think I went through all the stages to maturity on skateboard. I live on him today, and I'm very happy working with what I've always loved. Being a professional athlete is not only about hitting maneuvers, but mainly having a professional attitude and being a positive influence always.
TS: You suffered an injury and got away for 3 years from skateboarding. What made you not give up walking?
ML: Before I got hurt I had no other life but to skate. It was 24 hours a day, seven days a week.
I even tried to disconnect myself and started messing with pickup cars and thinking of other things not to get so depressed. But the skateboard never let go of me, and everything I did put me face to face with it again.
Once I lived alone and I was not walking in the vibe of staying awake for a long time. It's like a zombie at the gas station talking about the car until dawn.
At 11 AM the bell rings. When I open it, it was Og de Souza, Marcos Roberto, Thiago Rocha and Robson, of Method Magazine, calling me to take some photos and take a spin.
They did not know that I could not walk, and I - because I was too introverted - was ashamed to say I could not. Arriving there, the peak was very sinister! It was a shallow pool, and all around it was all Portuguese stone.
I remember that they had the idea of getting an iron stall high enough to come out of the pool and jump over it. I did not think anything would come out, but I went there and jumped. For me, that renewed hope. The photo came out in the magazine a month later with the interview.
I spent two more months without being able to sit in pain because of the impact and effort, but I always found someone in the street telling me to come back, who liked to see me walking.
This was giving me strength even to continue strengthening exercises to recover.
TS: How was your return after the injury?
ML: I had not felt pain in a long time, but I was afraid she would come back.
I still had my skateboard tucked under the bed, but with a very old shape. On my birthday, I got a shape from my wife, and she asked me to try to go back at least to have fun and exercise.
I went back a little and I did not stop, just joy.
TS: Is it true that when you started walking, you broke your right foot and had to change the base to regular?
ML: It's true, yes. I started to walk in a condominium where I had a lot of kids and the skateboard was at its peak. They all had skateboards, but they just walked with their knees pushing and it was racing.
I did not want to walk on my knees and I decided to stand and try some maneuvers to make a difference. Since I had no idea what the foot was in the tail and what the screws, I ended up learning with the right foot ahead.
I walked for many years like this, and even the first championship I won when I was a kid ran like that.
I had no access to videos or magazines, so I thought I had created some strange maneuvers mixing Freestyle and Street.
When I started to walk down the street and meet other neighborhoods and skaters, I started to climb stairs, ramp and gap. That was when I broke my foot and had a stretch in my groin.
I spent some time without walking, and when I came back I noticed that my foot did not do the same circular movement. As he used to kick Flip and Heel Flip, I had to use it just to hit the tail and use the left to kick the maneuvers. And it worked.
Over time, the right foot movement was coming back, and today I have a certain ease in some switch tricks because of that.
TS: Tell us about your marks!
ML: I had sponsorship very early and I always had access to the owners of the brands. So I came to understand a little about what it's like to have a team and how everything worked.
I wanted to have a mark to help some skaters in my area that I knew had a future and no one helped. I always believed that what makes the mark are the athletes, because they are the main focus and they are going to be there on the street representing you.
I also had the need to use something that was created in my own way, with my ideas and the material approved by me.
I started with shape with Infiniti. As soon as I released the first test shapes, which were not even drawings, I already got an athlete to support and test the material with me. Gradually I was researching and creating very basic but fun designs. At the same time I was increasing the number of athletes I helped.
The name Infiniti came from the idea that skateboarding is something infinite in every way. It has no limit and is constantly evolving.
With sales increasing, I felt the need to create the Pause Grip sandpaper brand. After much research, I came up with a good quality, low cost end product.
The name Pause Grip is inspired by the moment you stop in the air during a maneuver with the skateboard glued or stopped on the foot.
I went on to sell other accessories and items from other friends' brands to have variety. That's when I launched a virtual store on Instagram and Facebook, the Hashtag Skateshop.
I will also launch a wheel brand in 2019, but I have not finished the product yet.
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