Além de competir, os atletas podem se beneficiar de oficinas e atividades para aprender a gerenciar sua futura carreira esportiva com relação a questões de mídia, saúde e doping.
Johan Tachet, SkiActu.ch
Quando você chega à entrada do Vortex, o prédio de 8 andares se destaca de maneira impressionante com suas fachadas listradas. Bandeiras das diferentes nações participantes dos Jogos Olímpicos da Juventude iluminam a pálida luz do inverno com suas cores. É aqui, no meio do campus da universidade UNIL, que reside o coração vibrante de Lausanne 2020. E é aqui que a maioria dos 1.872 atletas participantes - alguns ficam em Saint-Moritz, com um segundo lote chegando no final da semana - se estabeleceu no período em que estarão competindo.
Dentro do complexo cilíndrico de 1.800 leitos, que em um futuro próximo abrigará estudantes universitários, a vida continua em ritmo olímpico. É um ramo de atividade entre atletas, funcionários, voluntários e visitantes, mas sem perturbar a paz dos atletas que podem se beneficiar de todas as instalações que foram criadas para eles. No meio do gramado, fica o Yodli Café, uma barraca transparente aberta apenas para os atletas. Eles podem tomar uma bebida lá - sem álcool, já que são menores de idade - ou experimentar um jogo de realidade virtual, se divertir com exercícios de equilíbrio, assistir a competições de YOG ao vivo em uma tela gigante ou conversar com esportistas de renome que virão e compartilhem suas experiências em cinco noites diferentes.
Competir e aprender em quantidades iguais
Dentro do recinto, tudo está preparado para proporcionar aos jovens atletas uma experiência que vale a pena. 'Os Jogos Olímpicos da Juventude são 50% de competição e 50% de educação', explica Olivier Mutter, responsável pelo programa educacional Lausanne 2020. "Os pilares culturais e educacionais são muito importantes e precisamos preparar sua vida futura no esporte." Para esse fim, vários workshops fazem parte do programa 'Athlete365'.
O primeiro, chamado 'Conscientização', visa alertar os jovens atletas para os desafios de uma carreira esportiva. Em uma grande sala com uma atmosfera sociável, onde eles podem compartilhar idéias e até jogar matraquilhos ou air hockey, os atletas iniciantes podem aprender mais sobre tópicos como ética esportiva ou questões de doping. A WADA (Agência Mundial Antidopagem) tem uma posição aqui. Há também o estúdio de gravação do Canal Olímpico transmite conversas com jovens atletas todas as noites para ensiná-los a lidar com a mídia e as câmeras.
Manipulação de mídias sociais
Uma porta de madeira separa a sala 'Consciência' do 'MediaLab', onde os atletas podem criar e produzir seu próprio conteúdo em vídeo. Aqui estão 35 câmeras de foto e vídeo. Os voluntários estão por perto para ajudá-los a criar conteúdo atraente para suas redes sociais. 'Recebemos cerca de 70 atletas por dia. Eles estão muito interessados em novas tecnologias ', diz um membro da equipe. A cada semana, a melhor história ganha um prêmio para incentivar a criatividade dos atletas aprendizes. Quem fizer o melhor vídeo ganhará uma câmera de primeira linha para levar para casa.
O complexo também possui um centro médico. Médicos, um quiroprático, fisioterapeutas e até um dentista dividem uma sala grande que também inclui uma pequena academia. Os atletas podem ir ao consultório médico sempre que quiserem e fazer as perguntas que quiserem, uma vez que essa é sobretudo uma área educacional.
Saúde, prevenção e informação
'Health for Performance' 'é o principal foco de atividade no Vortex. 'Queremos dar a eles duas mensagens aqui. O primeiro é informar aos atletas seus pontos fortes e fracos físicos para ajudá-los a progredir e evitar lesões. O segundo é sobre prevenção e informação - continua Olivier Mutter.
Várias atividades dão aos atletas a oportunidade de aprender em um ambiente divertido. Testes de mobilidade articular, movimento e equilíbrio, bem como um jogo de salto em esqui virtual, darão aos jovens esportistas a chance de obter dicas personalizadas sobre o treinamento. "O sistema, que enfatiza os desequilíbrios físicos, ensinará os jovens atletas a trabalhar da maneira certa", destaca Stéphane Maeder, especialista em movimento esportivo. 'Eles precisam entender que o limite não é físico, mas técnico. Para progredir, eles devem se concentrar acima de tudo na qualidade e, portanto, na técnica e na liberdade de movimento, em vez de quantidade e carga. '
Lidar com concussão e assédio
No centro 'Health for Performance', uma seção inteira é dedicada à prevenção. Existem clipes de vídeo curtos e divertidos sobre vários tópicos, como nutrição, estresse, fadiga e lesões. Duas questões em particular são destacadas. O primeiro é o assédio, com uma série de trechos de filmes e um pequeno questionário.
'O objetivo é que os jovens atletas reconheçam o assédio em um sentido geral e a violência psicológica em particular. Precisamos fornecer a eles as ferramentas para entender o que é normal e o que não é '', diz Stéphane Tercier, cirurgião pediátrico que é chefe da consulta AdoSport na CHUV.
A segunda questão é a concussão, que ocorre cada vez mais frequentemente nos esportes. Um jogo de realidade virtual que segue o snowboarder Pat Burgener em um half-pipe ilustra essa parte. "Usamos nossos embaixadores para transmitir uma mensagem de saúde a jovens que ouvem mais prontamente uma celebridade que eles conhecem, do que a um médico."
Qualquer que seja a atividade ou oficina, o objetivo de Olivier Mutter é 'aprender enquanto você joga'. "Nosso objetivo é que os atletas deixem Lausanne com uma ou duas noções extras para ajudá-los a gerenciar sua carreira esportiva, particularmente no que diz respeito à gestão de saúde e mídia".
Esses jovens talentosos têm tudo o que é preciso para se destacar no futuro, tudo o que precisam agora é treinar e aplicar esses conselhos valiosos para que possam alcançar as estrelas e lutar por medalhas olímpicas.
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THE VORTEX, AN OLYMPIC VILLAGE IN THE SERVICE OF EDUCATION. Lausanne 2020.
Besides competing, athletes can benefit from workshops and activities to learn how to manage their future sports career with regard to media, health and doping issues.
Johan Tachet, SkiActu.ch
When you arrive at the entry to the Vortex, the 8-storey building rises impressively with its striped façades. Flags of the different nations taking part in the Youth Olympic Games brighten the pale winter light with their colours. It is here, in the middle of the UNIL university campus, that the vibrant heart of Lausanne 2020 lies. And it is here that most of the 1,872 attending athletes - some are staying at Saint-Moritz, with a second batch arriving at the end of the week - have settled in for the period in which they will be competing.
Inside the cylindrical 1,800-bed complex, which in a near future will house University students, life continues at an Olympic pace. It’s a hive of activity between athletes, staff members, volunteers and visitors, but without disturbing the peace of the athletes who can benefit from all the facilities that have been set up for them. In the middle of the lawn stands the Yodli Café, a transparent tent open to the athletes only. They can have a drink there – non-alcoholic, since they’re minors – or try out a virtual reality game, have fun with balancing exercises, watch YOG competitions live on a giant screen, or talk with renowned sports people who will come and share their experiences on five different evenings.
Compete and learn in equal amounts
Inside the grounds, everything is geared to give the young athletes a worthwhile experience. 'The Youth Olympic Games is 50% competition and 50% education,' Olivier Mutter, who is in charge of the Lausanne 2020 educational programme, explains. 'The cultural and educational pillars are very important, and we need to prepare their future life in sports.' To this end, several workshops form part of the 'Athlete365' programme.
The first, called 'Awareness', aims to alert the young athletes to the challenges of a sporting career. In a large room with a sociable atmosphere where they can share ideas and even play table football or air hockey, the budding athletes can learn more about topics like sports ethics or doping issues. WADA (World Anti-Doping Agency) has got a stand here. There’s also the Olympic Channel recording studio broadcasts talks with young athletes every evening to teach them how to handle the media and cameras.
Handling social media
A wooden door separates the 'Awareness' room from the 'MediaLab' where athletes can create and produce their own video content. 35 photo and video cameras are at their disposal here. Volunteers are around to help them create attractive content for their social networks. 'We get about 70 athletes a day. They are very interested in new technologies,' a staff member says. Each week, the greatest story wins a prize to encourage the apprentice athletes’ creativity. The one who makes the best video will win a top-notch camera to take home.
The complex also has a medical centre. Doctors, a chiropractor, physiotherapists and even a dentist share a large room that also includes a small gym. Athletes can come and see a healthcare practitioner whenever they want and ask any questions they like, since this is above all an educational area.
Health, prevention and information
'Health for Performance”'is the main focus of activity at the Vortex. 'We want to give them two messages here. The first is to let the athletes know their physical strengths and weaknesses to help them progress and avoid injury. The second is about prevention and information,' Olivier Mutter continues.
Various activities give the athletes an opportunity to learn in a fun setting. Joint-mobility, movement and balance tests as well as a virtual ski-jump game will give the young sports people the chance to get personalised tips on training. “The system, which emphasises physical imbalances, will teach the young athletes to work in the right way,” Stéphane Maeder, a sports movement expert, points out. 'They have to understand that the limit is not physical but technical. To progress, they must focus above all on quality and therefore the technique and freedom of movement, rather than quantity and load.'
Coping with concussion and harassment
At the 'Health for Performance' centre, one whole section is devoted to prevention. There are short, amusing video clips on various topics such as nutrition, stress, fatigue and injuries. Two issues in particular are highlighted. The first is harassment, with a series of film extracts and a short questionnaire.
'The aim is for the young athletes to recognise harassment in a general sense, and psychological violence in particular. We must give them the tools to understand what is normal and what’s not,' says Stéphane Tercier, a paediatric surgeon who is head of AdoSport consultation at CHUV.
The second issue is concussion, which is occurring more and more frequently in sports. A virtual reality game that follows snowboarder Pat Burgener in a half-pipe illustrates this part. 'We use our ambassadors to pass on a health message to young people who will more readily listen to a celebrity that they know, than to a doctor.'
Whatever the activity or workshop, the aim according to Olivier Mutter is to 'learn while you play'. 'Our goal is for the athletes to leave Lausanne with one or two extra notions to help them manage their sports career, particularly with regard to health and media management.'
These talented young people have all it takes to excel in the future, all they now need is to train and apply this valuable advice so that they can reach for the stars and strive for Olympic medals.
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