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terça-feira, 3 de março de 2020

Uma onda chamada Hip Hop. -- A wave called Hip Hop.

Terra, água, ar, e fogo são elementos clássicos da natureza. No hip hop, os elementos básicos são o DJ, o MC, a dança e o grafite. Eles formam os quatro pilares que compõem esse estilo de cultura popular. Há 10 anos o Maré Skills vem dando continuidade à expansão do hip hop na Maré e fora dela. São jovens que trabalham a dança e arte nas ruas e em competições. 

Douglas Barreto, de 30 anos, morador da Nova Holanda, é o fundador do grupo de hip hop chamado Maré Skills, onde a palavra em inglês skills significa habilidades. Tudo começou quando em 2010, no evento Rios Black, realizado na Lona Cultural Municipal Elza Osborne, em Campo Grande. Nesse evento, o grupo ganhou todas as modalidades e levou o prêmio Fazendo a Diferença no hip hop. Na época, um amigo fez um vídeo da dança e na legenda identificou-os como Maré Skills, ou seja, um batismo na tela.

O grupo já levou a cultura da favela em diversos palcos, alguns fora do Estado, como em São Paulo, Belo Horizonte, Belém e Macapá. Mas eles gostam mesmo das terras da Maré. “Nosso objetivo é passar positividade, mas é uma música de protesto. A grande mídia só fala de operação policial, de que todos os moradores da favela são cúmplices da ilegalidade. Por que não divulgar o bom daqui?”, questiona Douglas.

O coletivo formado por 10 jovens lembra de um evento que foi um marco, o Ativa Breakers 2008, realizado no Bar do Zé, no Largo do Centenário, no Morro do Timbau, que reuniu vários membros de outros coletivos. Outra festa é a Roda de Rima, no Parque União. O Maré Hip Hop, evento que aconteceu em duas edições, 2007 e 2018. O grupo sonha em transformar o Maré Hip Hop em um acontecimento anual. 

Desde o início o grupo tem uniforme, o que ajuda ao chegar no evento, estufar e bater no peito que todos são da Maré. A capital paulista reúne os maiores eventos de hip hop e eles participaram do Atari Funkers. “Quando chegamos, eles não sabiam que o Rio tinha hip hop, que usava a referência musical do James Brown e Ed Motta”, comenta. 

Para Douglas, a música e o ritmo mudam com os anos, mas as pessoas continuam dançando. Para alguns, o estilo trap, que reverencia a ostentação, está em evidência no momento. “Entendo que o mais importante é compartilhar a música, trazer lembranças a favela e fazer pensar. Resgatar a história da Maré é uma volta ao tempo. Um exemplo é lembrar do Talk Sessão B Girls, um evento de hip hop exclusivo para as mulheres, uma ação de inclusão”, destaca.

Ele não fica parado, leciona dança na Coordenadoria de Artes e Oficinas de Criação (Coart), na UERJ. Além disso, criou uma marca de estampa, a marca Rebobinar. Uma das camisas do grupo traz a engenharia das casas da favela, as palafitas. “Não dá para viver da dança, só sobreviver. Mas precisamos resistir pois estamos na era da terapia. O mundo hoje é voltado para a ansiedade e depressão, está complicado e delicado esse momento. A favela precisa ter aula de cultura urbana. Isso pode ser libertador, ajudar o jovem a encontrar um rumo”, conclui.

Como começou esse estilo de vida

O Hip Hop começa em meados dos anos 1970, na Jamaica e com os afro-americanos da cidade de Nova Iorque, mais precisamente no sul do Bronx, com MCs. O diferencial era o acréscimo da rima à batida. 

Uma década depois, chega ao Brasil como uma febre chamada Break Dance. O filme de 1983, Flashdance, ajudou a expansão. Outro marco das telonas foi Beat Street, um longa-metragem muito importante para o movimento. O estilo chamava atenção com pessoas vestidas com roupas coloridas, óculos escuros, tênis de botinha, luvas, bonés e os boombox, os enormes rádios gravadores. Essa fórmula ajudava o jovem a mostrar os primeiros passos. 

São mais de 40 anos de uma cultura de autoestima do jovem negro, que vivia nas periferias da cidade e precisa encontrar sua identidade cultural dentro de uma sociedade de preconceitos. Após tantos anos o hip hop se reinventa, mas continua com seus raps formando a essência de denunciar as injustiças vividas pelos pobres das periferias das grandes cidades.

Na Maré, o movimento dá os primeiros passos no Parque Rubens Vaz, em 1996, era o palco dos grupos, o point do hip hop na quadra. Hoje apesar de não tocar tanto nas rádios, Douglas garante que o hip hop está forte, com o estilo passinho, que chama atenção da nova geração e o tradicional Underground.

Os elementos que formam a arte e a cultura negra se expressam no movimento musical
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Hélio Euclides












--in via tradutor do google
A wave called Hip Hop.

Earth, water, air, and fire are classic elements of nature. In hip hop, the basic elements are DJ, MC, dance and graffiti. They form the four pillars that make up this style of popular culture. For 10 years, Maré Skills has continued to expand hip hop in Maré and beyond. They are young people who work dance and art on the streets and in competitions.

Douglas Barreto, 30, a resident of Nova Holanda, is the founder of the hip hop group called Maré Skills, where the English word skills means skills. It all started when in 2010, at the Rios Black event, held at the Municipal Cultural Canvas Elza Osborne, in Campo Grande. In this event, the group won all modalities and took the award Making a Difference in hip hop. At the time, a friend made a video of the dance and in the caption identified them as Maré Skills, that is, a baptism on the screen.

The group has already taken the culture of the favela on several stages, some outside the state, such as São Paulo, Belo Horizonte, Belém and Macapá. But they really like the lands of Maré. “Our goal is to pass on positivity, but it is a protest song. The mainstream media only talks about police operations, of which all favela residents are accomplices in illegality. Why not divulge the good here? ”, Asks Douglas.

The collective formed by 10 young people recalls a landmark event, Ativa Breakers 2008, held at Bar do Zé, in Largo do Centenário, in Morro do Timbau, which brought together several members of other collectives. Another party is the Roda de Rima, at Parque União. Maré Hip Hop, an event that took place in two editions, 2007 and 2018. The group dreams of transforming Maré Hip Hop into an annual event.

Since the beginning, the group has had a uniform, which helps when arriving at the event, puffing up and tapping on the chest, which all belong to Maré. The capital of São Paulo gathers the biggest hip hop events and they participated in Atari Funkers. “When we arrived, they didn't know that Rio had hip hop, that it used the musical reference of James Brown and Ed Motta”, he comments.

For Douglas, music and rhythm change over the years, but people keep dancing. For some, the trap style, which reveres ostentation, is in evidence at the moment. “I understand that the most important thing is to share the music, bring memories to the favela and make you think. Rescuing the history of Maré is a return to time. An example is to remember Talk Session B Girls, an exclusive hip hop event for women, an inclusion action ”, she highlights.

He does not stand still, he teaches dance at the Coordination of Arts and Creative Workshops (Coart), at UERJ. In addition, he created a print brand, the Rebobinar brand. One of the group's shirts features the engineering of the favela houses, the stilts. “You can't live on the dance, just survive. But we need to resist because we are in the age of therapy. The world today is turned to anxiety and depression, this moment is complicated and delicate. The favela needs to have an urban culture class. This can be liberating, helping young people to find a direction ”, he concludes.

How this lifestyle started

Hip Hop begins in the mid-1970s, in Jamaica and with African-Americans from New York City, more precisely in the South Bronx, with MCs. The difference was the addition of the rhyme to the beat.

A decade later, it arrives in Brazil like a fever called Break Dance. The 1983 film, Flashdance, helped the expansion. Another landmark of the big screen was Beat Street, a feature film very important to the movement. The style drew attention with people dressed in colorful clothes, sunglasses, boot sneakers, gloves, caps and the boomboxes, the huge radio recorders. This formula helped the young man to show the first steps.

It is more than 40 years of a culture of self-esteem of the young black man, who lived on the outskirts of the city and needs to find his cultural identity within a society of prejudices. After so many years, hip hop reinvents itself, but continues with its raps forming the essence of denouncing the injustices experienced by the poor on the outskirts of large cities.

In Maré, the movement takes its first steps at Parque Rubens Vaz, in 1996, it was the stage of the groups, the point of hip hop on the court. Today, despite not playing so much on the radio, Douglas guarantees that hip hop is strong, with the passinho style, which draws the attention of the new generation and the traditional Underground.

The elements that make up black art and culture are expressed in the musical movement
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