Calmon Viana fica em Poá, extremo leste da região metropolitana de São Paulo. No fim de uma rua estreita, na qual circulam galinhas e carroças puxadas por cavalos, à beira do trecho leste do Rodoanel, há uma quadra que, tempos atrás, era ocupada por traficantes.
Entre 2000 e 2010, os dois conduziram um projeto dentro da Fundação Casa, até que o governo estadual decidiu encerrá-lo. "Então a Leila falou para fazermos algo aqui onde moramos, que não dependesse de governo.
Coloquei uma rampa na rua, na frente de casa, e começamos a ensinar", conta Sandro.
Porém, duas obras mudaram a situação: a rua, que antes era asfaltada, teve seu piso trocado para calçamento pela prefeitura de Poá, São Paulo, Brasil, enquanto o Rodoanel foi concluído.
Assim, na impossibilidade de deixar a rampa na rua, Sandro e Leila pensaram em utilizar a quadra, que estava sendo usada por traficantes para vender drogas. Aos poucos, conseguiram deixar o espaço exclusivo para a prática do skate.
Com pouco dinheiro, mas com doações por meio da lei de incentivo ao esporte e eventuais ajudas de skatistas famosos, a Organização Não Governamental (ONG) tem conseguido se manter há oito anos, oferecendo skates, materiais de proteção e lanche diário às 150 crianças e adolescentes que vão ao local no contraturno escolar - quem estuda de manhã vai à tarde e vice-versa.
O negócio deu tão certo que até conseguiu expandir suas atividades: além do skate, hoje também são realizadas aulas de teatro, circo, balé, futebol, basquete e outras modalidades. "Procuramos manter as crianças interessadas com mais coisas, para que elas venham todos os dias", diz Leila.
A Organização Não Governamental (ONG) também faz um acompanhamento pedagógico dessas crianças.
"Os alunos das escolas aqui da região trazem a declaração escolar e o boletim para a gente ver. Não é para tirá-los daqui se houver nota vermelha, mas para oferecer reforço escolar.
Se faltar nas aulas, vemos se tem algum problema com a família, buscamos parcerias com psicólogos ou psicopedagogos, e também fazemos isso se a criança sofre bullying", afirma Leila.
Outro aspecto importante que é trabalhado na Organização Não Governamental (ONG) é a cooperação entre as próprias crianças - as que já são um pouco maiores, de dez anos para cima, ajudam as menores a se manterem em cima do skate até pegar confiança, antes de ensinarem as manobras.
Sandro e Leila chamam alunos antigos para serem instrutores.
Apesar de já ter alcançado um bom número de crianças, a Social Skate considera que ainda pode melhorar. "A quadra não tem uma infraestrutura adequada.
O ideal, quando se faz esporte, é que você tenha ao menos um ponto de hidratação, e não tem água disponível aqui, trazemos de fora.
O banheiro está em situação precária, às vezes não tem água nem energia. Dia de chuva a quadra fica toda molhada, não podemos seguir com as atividades.
A gente gostaria que melhorasse, mas depender do poder público é complicado", relata Mauro Sartorelli, instrutor voluntário da Organização Não Governamental (ONG), apesar de não ser ex-aluno, e que também trabalha como professor de matemática.
"A gente pensa como as crianças, que têm sonho grande. Pensamos sim em ampliar, em oferecer mais atividades que atendam melhor os alunos, um espaço melhor.
Mas como as coisas estão hoje, a gente pode transformar uma criança, um adolescente, um adulto, na maneira em que a gente o trata, com carinho, com respeito, e oferecendo caminhos para ele se desenvolver na vida", diz Leila.
--in via tradutor do google
Non-Governmental Organization (NGO) founded by Sandro Soares, "Testinha", a former professional skateboarding athlete, and his wife Leila Vieira, who is a pedagogue and also practicing sports, the project that brings sports and culture to 150 children and teenagers.
Calmon Viana is in Poá, far east of the São Paulo metropolitan region. At the end of a narrow street where hens and horse-drawn wagons are on the edge of the eastern section of the Ring Road, there is a block that was once occupied by drug dealers.
Between 2000 and 2010, the two conducted a project within the Casa Foundation, until the state government decided to close it. "So Leila told us to do something here where we live, that didn't depend on government.
I put a ramp in the street in front of the house, and we started teaching, "says Sandro.
However, two works changed the situation: the street, which was previously paved, had its floor changed for pavement by the city of Poá, São Paulo, Brazil, while the ring road was completed.
Thus, unable to leave the ramp on the street, Sandro and Leila considered using the court, which was being used by drug dealers to sell drugs. Gradually, they managed to leave the exclusive space for skateboarding.
With little money but donations through the sports incentive law and any help from famous skateboarders, the Non-Governmental Organization (NGO) has been able to support itself for eight years by providing skateboards, protective gear and daily snacks to 150 children and Teenagers who go to school during the school hours - those who study in the morning go in the afternoon and vice versa.
The business worked so well that it even expanded its activities: in addition to skateboarding, today there are also classes in theater, circus, ballet, soccer, basketball and other sports. "We try to keep children interested with more things so they come every day," says Leila.
The Non-Governmental Organization (NGO) also provides educational support for these children.
"Students from schools here in the region bring the school statement and the report card for us to see. It is not to get them out of here if there is a red note, but to offer school reinforcement.
If we miss classes, we see if there are any problems with the family, we seek partnerships with psychologists or psychopedagogues, and we also do this if the child is bullied, "says Leila.
Another important aspect that is being worked out by the Non-Governmental Organization (NGO) is the cooperation between the children themselves - those who are a little bigger, from ten years old upwards, help the little ones to stay on the skateboard until they get confidence before to teach the maneuvers.
Sandro and Leila call old students to be instructors.
Although it has already reached a good number of children, Social Skate believes it can still improve. "The court has no adequate infrastructure.
Ideally, when you do sport, you have at least one point of hydration, and there is no water available here, we bring from outside.
The bathroom is in poor condition, sometimes has no water or power. Rainy day the court is all wet, we can not continue with the activities.
We would like it to improve, but depending on the government is complicated, "reports Mauro Sartorelli, a volunteer instructor for the Non-Governmental Organization (NGO), although not a former student, who also works as a math teacher.
"We think like children, who have a big dream. We think about expanding, offering more activities that better serve students, a better space.
But as things stand today, we can transform a child, a teenager, an adult, in the way we treat him, with love, with respect, and offering ways for him to develop in life, "says Leila.
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