CEO da startup americana InMotion esteve em Cascais para apresentar o Solowheel. Rose Wang acredita num mundo (quase) sem carros.
Rose Wang nasceu na China mas da infância só guarda uma memória: ir para a escola na parte de trás da bicicleta do pai. Na adolescência, já passada nos Estados Unidos, Rose aprendeu a andar de patins. Depois da faculdade, comprou um carro porque arranjou emprego a 40 minutos de casa. Mas se apanhasse trânsito, os 40 minutos transformavam-se em hora e meia. O problema? “Apanhava trânsito todos os dias”. A frustração de passar quase 30 horas por semana dentro do carro levou Rose a entrar em contacto com uma fabricante chinesa de uniciclos. Mas em vez de comprar um destes veículos elétricos de uma roda, levou a empresa para os Estados Unidos e tornou-se CEO. Passados dois anos, a InMotion reúne uma comunidade com mais de dez mil entusiastas da micromobilidade urbana, incluindo alguns em Portugal.
“Assim que o protótipo ficou pronto lançámos o produto no Kickstarter e em dois dias angariámos todo o dinheiro que precisávamos. Isso deu-me confiança para me despedir do meu emprego e dedicar-me à micromobilidade.
Percebi que entre os nossos financiadores havia muita gente de cidades como São Francisco ou Nova Iorque com o mesmo problema que eu”, conta a empreendedora ao Dinheiro Vivo durante a presença em Cascais, onde participou como oradora nas conferências Horasis.
A apresentação de Rose Wang chamou a atenção dos presentes, incluindo da Câmara de Cascais, que gere uma plataforma de mobilidade integrada que inclui trotinetes e bicicletas partilhadas, transportes públicos e plataformas como a Uber. Os uniciclos serão bem-vindos à família, garante Miguel Pinto Luz, vice-presidente da autarquia. “A nossa plataforma já integra todos estes modos de mobilidade e se amanhã for criada mais inovação com outros meios de transporte e outras empresas, é claro que a plataforma está aberta, tanto do ponto de vista da aceitação como da partilha dos dados.
Não nos esqueçamos que há cinco anos ninguém falava de trotinetes”, aponta o autarca ao Dinheiro Vivo. Foi precisamente aos líderes do poder local que a CEO da InMotion deixou alguns recados. São eles, afirma Rose Wang, que têm a responsabilidade de criar “um ambiente seguro para este tipo de veículos”. “Os espaços urbanos estão a tornar-se cada vez mais densos porque o aumento das rendas faz com que as pessoas tenham de mudar-se para as zonas limítrofes, que não param de crescer. É por isso que temos de ver a longo prazo.
Em Los Angeles, por exemplo, 14% do espaço físico da cidade é ocupado por lugares de estacionamento. E a cidade está a atravessar uma crise de habitação. Se removermos uma parte desse espaço, ele poderá ser usado para construir casas. Ou seja, já não estamos a falar só de tirar carros da cidade, está muito mais em jogo”. Rose admite ter uma visão “demasiado otimista” do futuro mas acredita que “um dia as pessoas vão perceber que não precisam de ter carro” e que “todos os carros que andarão na estrada irão pertencer a plataformas de veículos partilhados”. O único obstáculo àquela que considera ser a sua “visão perfeita do mundo” é “o grande entusiasmo que hoje existe em torno dos carros elétricos e autónomos”.
A flutuar para o futuro Rose não precisou de trazer o uniciclo na bagagem para a demonstração. Na comunidade online de devotos do Solowheel, que reúne mais de dez mil pessoas de todo o mundo, encontrou um português disposto a emprestar-lhe o seu veículo. Já quando quis entrar em Israel com o aparelho, nem tudo correu sobre rodas. “Estive recentemente em Israel para a conferência dos 30 Under 30 da Forbes, e não me deixaram entrar no país com o Solowheel.
Mas quando cheguei ao evento vi um dos meus veículos encostado a um banco. Tirei uma foto e perguntei imediatamente à comunidade a quem pertencia aquele uniciclo. Era de um cliente nosso que o tinha comprado em Nova Iorque e, para conseguir entrar no país, desmontou as peças, distribuiu-as pelas malas de três pessoas e voltou a montá-lo depois. São estas histórias que me dão esperança e fazem-me perceber que estamos no caminho certo para mudar a vida das pessoas”.
A empreendedora reconhece que o maior entrave à massificação do uniciclo é o fator medo. “Reconheço que à primeira vista é um pouco assustador. Mas quando se aprende é como se fosse uma extensão do nosso corpo. É como se estivéssemos em cima de uma plataforma flutuante que nos leva do ponto A ao ponto B. Sei que já há escolas em França, Singapura e na China que estão a ensinar os miúdos a andar nisto. Os uniciclos vão ser muito importantes no futuro da mobilidade.
E aprender a andar neles vai ser tão comum como aprender a andar de bicicleta”. Para já a InMotion está a “crescer aos poucos”, com o dinheiro das vendas dos veículos. Há três versões disponíveis e o mais caro pode custar até 1800 dólares. Mas Rose quer pôr o pé no acelerador e partir à conquista do mundo, uma roda de cada vez.
comemore seu aniversário na
Mega Roller Skate Park
A maior e melhor pista de
patinação sobre rodas do Brasil.
-
-
--in via tradutor do google
Now it's hands free. The future of mobility has only one wheel. Solowheel.
CEO of American startup InMotion was in Cascais to present the Solowheel. Rose Wang believes in a (almost) car-free world.
Rose Wang was born in China but childhood only keeps a memory: go to school on the back of the father's bicycle. As a teenager, already in the United States, Rose learned to skate. After college, he bought a car because he got a job 40 minutes from home. But if it caught traffic, the 40 minutes turned into hour and a half. The problem? "I got traffic every day." The frustration of spending nearly 30 hours a week inside the car led Rose to get in touch with a Chinese manufacturer of unicycles. But instead of buying one of these electric vehicles from a wheel, he took the company to the United States and became CEO. After two years, InMotion brings together a community with more than ten thousand urban micro-mobility enthusiasts, including some in Portugal.
"As soon as the prototype was ready we launched the product on the Kickstarter and in two days we raised all the money we needed. This gave me the confidence to bid farewell to my job and to dedicate myself to micromobility.
I realized that among our funders there were a lot of people from cities like San Francisco or New York with the same problem as me, "says the entrepreneur to Cash Living during her presence in Cascais, where she participated as a speaker at Horasis conferences.
Rose Wang's presentation drew the attention of those present, including from the Cascais Chamber, which manages an integrated mobility platform that includes shared scooters and bicycles, public transport and platforms such as Uber. Unicycles will be welcome to the family, says Miguel Pinto Luz, vice president of the municipality. "Our platform already integrates all these modes of mobility and if more innovation is created tomorrow with other means of transport and other companies, it is clear that the platform is open, both from the point of view of acceptance and the sharing of data.
Let's not forget that five years ago nobody was talking about scooters, "the mayor points out. It was precisely the leaders of local power that the CEO of InMotion left some messages. They are, says Rose Wang, who have the responsibility to create "a safe environment for this type of vehicles". "Urban spaces are becoming increasingly dense because increasing incomes means people have to move to the border areas, which are constantly growing. That is why we have to see in the long run.
In Los Angeles, for example, 14% of the city's physical space is occupied by parking spaces. And the city is going through a housing crisis. If we remove some of that space, it can be used to build houses. That is, we are not talking about just taking cars out of the city, it is much more at stake. " Rose admits she has an "overly optimistic" view of the future but believes that "one day people will realize they do not need a car" and that "every car that will be on the road will belong to shared vehicle platforms." The only obstacle to what he considers to be his "perfect view of the world" is "the great enthusiasm that exists today about electric and autonomous cars."
Floating for the future Rose did not need to bring the unicycle into the luggage for the demonstration. In the online community of devotees of Solowheel, which gathers more than ten thousand people from around the world, found a Portuguese willing to lend his vehicle. Already when he wanted to enter Israel with the device, not everything ran on wheels. "I was recently in Israel for the 30 Under 30 conference at Forbes, and they did not let me enter the country with Solowheel.
But when I got to the event I saw one of my vehicles leaning against a bench. I took a picture and immediately asked the community who owned that unicycle. It was from a client of ours who had bought it in New York and, in order to enter the country, dismantled the pieces, distributed them by the suitcases of three people and reassembled it later. It's these stories that give me hope and make me realize that we're on the right track to change people's lives. "
The entrepreneur recognizes that the greatest obstacle to the massification of the unicycle is the fear factor. "I recognize that at first glance it's a bit scary. But when you learn it, it's like an extension of your body. It's like we're on a floating platform that takes us from point A to point B. I know there are already schools in France, Singapore, and China that are teaching kids how to ride it. Unicycles will be very important in the future of mobility.
And learning to ride them will be as common as learning to ride a bike. " For now, InMotion is "growing slowly" with the money from vehicle sales. There are three versions available and the most expensive can cost up to 1800 dollars. But Rose wants to set foot on the accelerator and set out to conquer the world, one wheel at a time.
Nenhum comentário:
Postar um comentário