Contatamos Liza Grzeskowiak, fundadora da zine e uma das grandes responsáveis por liderar esse movimento, para contar um pouco sobre a história por trás dessa conquista e destacar a importância do trabalho feito por outras gerações de mulheres e que resultaram no atual cenário do skate feminino no Brasil e no mundo.
A Check it Out Zine foi uma peça chave para criação
do 1º Campeonato feminino no Brasil,
Eu trabalhava na revista Tribo Skate na parte de assinaturas e via muitas cartas com discriminação as meninas que iam nas skate shops comprar um skate ou nas pistas. Os meninos batiam e roubavam os skates de algumas meninas. Era uma coisa horrorosa.
Como eu tinha acesso a uma plataforma como a Tribo Skate, conversei com eles e com a UBS para legitimarmos o primeiro campeonato feminino de skate com a participação de alguns ídolos do skate profissional, pois assim eles influenciariam os imbecis machistas a apoiarem suas amigas, irmãs, e namoradas ao invés de discriminá-las. Era importante entender que se homens, mulheres e crianças andassem de skate juntos, isso desmarginalizaria a imagem do skate em geral.
Fiz uma carta convite pra todas as meninas assinantes da Tribo Skate que eu tinha contato e distribuí uns flyers em uns eventos anteriores ao meu.
Assim conheci a Ana Paula Negrão e a Dahabi em um evento. Elas eram de Ribeirão Preto e amaram promover o evento também trazendo mais garotas. Também foi essencial a participação das já conhecidas Giuliana Ricomini, Mirelle e Rebecca Passos (irmã de Bob Burniquist, que também prestigiou nosso evento participando do best trick).
O evento teve a participação de 15 garotas e 20 pro skaters. Entre eles, Daniel Arnoni, Nilton Neves, Márcio Tarobinha, Ari Bason, Alexandre Ribeiro, Fabio Bitão e Bob Burnquist.
A primeira intenção da zine Check It Out era a carta convite que criaria um espaço pra categoria feminina. Após esse evento publicamos uma edição a respeito desse e de outros campeonatos. Esse era o nosso principal veículo.
Nós também pedíamos a organizadores de eventos no Brasil inteiro 45 minutos de participação no evento deles, onde trazíamos a premiação, medalhas e produtos (doados por apoios). Em troca, fazíamos cobertura do evento na Check It Out e divulgaríamos o resultado na Tribo Skate e na Cemporcento.
Nós permutávamos a inclusão da categoria feminina. Fazíamos o ranking brasileiro com “award show” para motivar as meninas a evoluírem.
Nós viajamos em pelo menos cinco mulheres entre Giuliana Ricomini (São Paulo), Ana Paula Negrão (Ribeirão Preto), Dahabi (Ribeirão Preto), Patricia Moggio (Ribeirão Preto), Patricia Rezende (Goiana), Luciana Toledo (Rio de Janeiro), Patrícia Teixeira (Rio de Janeiro) e Vânia Gouveia (Rio de Janeiro).
Algumas tinham grana pra passagem, outras pegavam carona de caminhão. Mas a gente tinha um compromisso de que – com ou sem dinheiro – a gente tinha que ter pelo menos cinco de nós lá pra fazer o evento acontecer.
Com certeza na próxima cidade haveria alguma garota talentosa esperando a gente para mudar a vida de skate dela. Pagávamos as inscrições das “rookies”. Muitas meninas pelo Brasil tinham talento incrível escondido e já andavam em corrimão.
Nós dormíamos em alojamentos e no chão da casa dos outros, às vezes até embaixo das rampas dos eventos.
Mas éramos missionárias do skate feminino. Teve um ano que corremos mais de 100 eventos.
Nossos eventos favoritos eram os da Drop Dead, que fazia um evento super organizado e respeitoso para as meninas em São Caetano, onde o Paulinho, muito apoiador, colocava a gente sempre pra cima.
Lá conhecemos nossa amada falecida talentosa Luana, que foi a primeira menina dar 50-50 no corrimão.
Rodamos o Brasil inteiro.
Um dia Giuliana, Ana Paula, Luciana e eu realizamos o sonho de andar no All Girl Skate Jam em San Diego, na Califórnia.
Como a cena do skate do Brasil estava forte e com muito mais missionárias, resolvemos vir pra Califórnia tornar nossa revista global e bilíngue.
Conseguimos muito apoios, inclusive fomos distribuídas em varias bancas e em lojas renomadas, como Books Barnes and Nobles, Tower Records e Virgin Megastore.
Mas com a recessão econômica em 2007, não conseguimos mais publicar a revista. A Check It Out morreu.
Nunca paramos, simplesmente nunca fomos ressuscitadas. Aos poucos fomos esquecidas, principalmente numa era digital onde tudo é tão rápido e grande foco é o Instagram.
Tenho muito orgulho do que pude fazer pela categoria feminina. Acho que foi um marco histórico contra discriminação e de evolução.
Muitos não fazem ideia dos insultos que passamos pra que hoje em dia mulher andando de skate seja lindo. Um dia a gente contará tudo.
Feliz Dia das Mulheres. Aproveitem o que todas as pioneiras fizeram pra podermos viver em um mundo mais livre.
Temos de nos unir para divulgar o legado e conquistar mais igualdade, não só no skate, mas em geral.
A maior e melhor pista de
patinação sobre rodas do Brasil.
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fonte:
Texto por Victoria Mazzia @vickymazzia
Forever Girl Power.
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Esta reportagem tem a garantia de apuração do endereço do LINK acima.
Diga não a notícias falsa.
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--in via tradutor do google
Image of the Day. A great achievement and a milestone in the history of female skateboarding. The championship held on November 26, 1995 at the extinct ZN Skatepark in São Paulo, Brazil.
Check it Out Zine was a key piece for the creation of the 1st Women's Championship in Brazil,
We contacted Liza Grzeskowiak, Zine's founder and one of the great leaders of this movement, to tell a little about the story behind this achievement and highlight the importance of the work done by other generations of women and which have resulted in the current scenario of female skateboarding in the Brazil and worldwide.
I used to work on Tribo Skate magazine on the signatures section and saw lots of discriminating cards from girls who went to skate shops to buy a skateboard or on the slopes. The boys beat and robbed the skates of some girls. It was a horrible thing.
As I had access to a platform like Tribo Skate, I talked with them and with UBS to legitimize the first women's skateboarding championship with the participation of some professional skateboarding idols, so that they would influence the macho imbeciles to support their friends, sisters , and girlfriends instead of discriminating against them. It was important to understand that if men, women and children skateboarded together, this would demarinalize the overall image of skateboarding.
I made an invitation letter to all the girls who subscribed to the Skate Tribe that I had contact with and distributed some flyers in events before mine.
So I met Ana Paula Negrao and Dahabi at an event. They were from Ribeirão Preto and loved to promote the event also bringing more girls. Also important was the participation of the well-known Giuliana Ricomini, Mirelle and Rebecca Passos (sister of Bob Burniquist, who also honored our event by participating in the best trick).
The event was attended by 15 girls and 20 pro skaters. Among them, Daniel Arnoni, Nilton Neves, Márcio Tarobinha, Ari Bason, Alexandre Ribeiro, Fabio Bitão and Bob Burnquist.
The first intention of Zine Check It Out was the invitation letter that would create a space for the female category. After this event we published an edition regarding this and other championships. This was our main vehicle.
We also asked event organizers in Brazil for 45 minutes to participate in their event, where we brought the awards, medals and products (donated by supports). In exchange, we would cover the event at Check It Out and we would disclose the result at Skate Tribe and at Cemporcento.
We exchanged the inclusion of the female category. We ran the Brazilian ranking with an "award show" to motivate the girls to evolve.
We traveled in at least five women between Giuliana Ricomini (São Paulo), Ana Paula Negrao (Ribeirão Preto), Dahabi (Ribeirão Preto), Patricia Moggio (Ribeirão Preto), Patricia Rezende (Goiana), Luciana Toledo (Rio de Janeiro), Patrícia Teixeira (Rio de Janeiro) and Vânia Gouveia (Rio de Janeiro).
Some had money for passage, others took a truck ride. But we had a commitment that - with or without money - we had to have at least five of us there to make the event happen.
Sure enough in the next town there would be some talented girl waiting for us to change her skateboard life. We paid for the rookies. Many girls in Brazil had incredible talent hidden and were already on handrails.
We slept in lodgings and on the floor of others' homes, sometimes even under the ramps of events.
But we were missionaries of the feminine skateboard. It's been a year that we've run over 100 events.
Our favorite events were those of the Drop Dead, which made a super organized and respectful event for the girls in São Caetano, where Paulinho, very supportive, put us always up.
There we met our beloved deceased talented Luana, who was the first girl to give 50-50 on the railing.
We ran the whole Brazil.
One day Giuliana, Ana Paula, Luciana and I performed the dream of riding the All Girl Skate Jam in San Diego, California.
As the Brazilian skate scene was strong and with many more missionaries, we decided to come to California to make our global and bilingual magazine.
We got a lot of support, even distributed in several stalls and in renowned stores, such as Books Barnes and Nobles, Tower Records and Virgin Megastore.
But with the economic recession in 2007, we can not publish the magazine anymore. Check It Out died.
We never stopped, we just never were resurrected. Little by little we have been forgotten, especially in a digital age where everything is so fast and great focus is the Instagram.
I am very proud of what I could do for the female category. I think it was a historic milestone against discrimination and evolution.
Many people have no idea of the insults we've been through, so ladies and gentlemen are pretty. One day we will tell everything.
Happy women's day. Take advantage of what all the pioneers have done to be able to live in a freer world.
We must unite to spread the legacy and achieve more equality, not only in skateboarding, but in general.
Text by Victoria Mazzia @vickymazzia
Forever Girl Power.
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