O brasiliense que integra a primeira Seleção Brasileira de Skate critica falta de pista profissional na capital federal.
Nascido no Guará, Felipe Gustavo Macedo tinha pouco mais de 1,50m de altura, 40kg e ainda esbanjava bochechas — característica que originou o apelido mantido até hoje — quando saiu de Brasília para tentar a carreira de skatista nos Estados Unidos, aos 15 anos. Atualmente, aos 27 e com rosto mais enxuto, o atleta integra a primeira Seleção Brasileira de skate, formada neste ano de olho na estreia da modalidade nas Olimpíadas de Tóquio, em 2020.
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Felipe disputará o STU Qualifying Series,
em São Paulo, e teve que encurtar a passagem por Brasília
“Deve ser uma sensação muito sinistra estar entre os melhores dos melhores e vestir o uniforme do país”, almeja Felipe Gustavo. A possibilidade de concretizar este sonho está mais perto, mas a quantidade de vagas por país para o skate nos próximos Jogos Olímpicos ainda está indefinida. Sabe-se que haverá a disputa nas categorias street e park, com 40 skatistas (20 feminino e 20 masculino) em cada uma delas.
Os reflexos de o skate alcançar o status de modalidade olímpica, no entanto, já são sentidos pelos amantes do esporte. “O skate sempre foi uma parada de rua, que até hoje é muito discriminada. Sendo um esporte olímpico, deve mudar a cabeça de muitas pessoas e gerar novas oportunidades com patrocínios e visibilidade”, prevê o brasiliense. A primeira providência no Brasil, que divide protagonismo mundial com os Estados Unidos, foi criar a Seleção Brasileira e um circuito nacional de park e de street. A competição também servirá para compor um ranking do país para a formação da equipe verde-amarela a partir de 2019.
Morando em Los Angeles há 12 anos, Felipe Gustavo volta a Brasília apenas para matar a saudade da família, dos amigos e do Setor Bancário Sul, um dos lugares preferidos dele no mundo, ao lado de Barcelona e de cidades da China, para fazer o que mais ama: andar de skate. É na capital federal que estão a maioria dos amigos que ainda o chamam de Bochecha. “Sinto-me muito livre, é um pico que o mundo inteiro queria ter. Pode andar de skate que ninguém vai te mandar embora. É coberto, o chão é bom e temos essa liberdade em Brasília”, elogia.
Predileção que não evitou a saída do brasiliense da cidade natal há mais de uma década para levar adiante o sonho de se profissionalizar como skatista. A Bolsa Atleta que recebeu no início da carreira foi o que o sustentou no começo da aventura nos Estados Unidos. Depois deslanchou, mas um outro sonho segue sem ser realizado. “O que me deixa mais indignado em Brasília é que não tem uma pista de skate street, nunca teve”, lamenta.
A passagem de Felipe Gustavo pela cidade natal teve de ser encurtada para treinar em São Paulo antes da segunda etapa do STU Qualifying Series — o circuito brasileiro de skate street, disputado desta sexta-feira a domingo (10/8 e 12/8). “Eu sempre apelei para o governo fazer um circuito na cidade, mas nunca consegui. Não é possível que, com as Olimpíadas, se eu conseguir a vaga, não vamos ganhar uma pista”, alfineta. Na primeira etapa do circuito nacional 2018, em março, o brasiliense terminou na quarta colocação.
É de olho na segunda etapa do Circuito Brasileiro que Felipe Gustavo e os principais skatistas nacionais estão no Brasil. De sexta (10/8) a domingo (12/8), eles disputam o STU Qualifying Series, na Pista de Skate do Parque Municipal Chácara do Jockey, em São Paulo. Pâmela Rosa, campeã da edição 2017 do STU Open e do X-Games no ano anterior, confirmou presença. “É um campeonato que só eleva o nível do skate nacional e ajuda a incentivar a participação feminina, que está em uma crescente”, aponta a integrante da Seleção Brasileira. A etapa deve contar com 24 atletas no feminino e 96, no masculino.
A proposta inicial era de que o circuito brasileiro de 2018 contasse com 10 etapas, cinco de street e cinco de park, nos naipes masculino e feminino. Quatro eventos seriam qualificatórios (STU Qualifying Series) em diferentes estados. Brasília, inclusive, está no calendário da categoria park. A cidade será palco da terceira etapa, marcada para 21 a 23 de setembro. As disputas no park já passaram por Florianópolis, em maio, e chegarão a São Paulo, de 17 a 19 de agosto.
Na disputa street, no entanto, a etapa do Maranhão, que seria disputada no fim de julho, foi adiada e ainda não tem data definida — a prova já passou pelo Rio de Janeiro. Nas duas categorias, há ainda uma etapa qualificatória com local e data indefinidos. Na quinta e última etapa de ambos estilos, chamada de STU Open 2018, serão anunciados os integrantes da Seleção Brasileira de 2019. Prevista para novembro, a etapa final contará com skatistas estrangeiros no Rio de Janeiro.
Em outubro do ano passado, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) filiou a Confederação Brasileira de Skate (CBSk). O reconhecimento da nova entidade como responsável pelo projeto da modalidade de olho nos Jogos de Tóquio ocorreu após uma disputa com a Confederação Brasileira de Hockey e Patins (CBHP). Sob a gestão de Bob Burnquist, a CBSk visa dar mais suporte aos atletas da Seleção Brasileira.
Ao longo da temporada, os 16 skatistas da equipe (quatro atletas masculinos e quatro femininos de cada modalidade olímpica: street e park) têm direito a viagens para participar de competições internacionais, ajuda de custo e plano de saúde. Eles também recebem suporte de uma equipe formada por médicos, fisioterapeutas e preparadores físicos. "Eu tenho tudo isso nos Estados Unidos, mas ter isso no Brasil também é essencial. Tem muitas skatistas femininas, por exemplo, com potencial, mas que não têm patrocínio”, avalia Felipe Gustavo.
SERVIÇO
Carlos Vieira/CB/D.A Press
Felipe no Setor Bancário Sul, em Brasília: "É um dos meus lugares preferidos"
STU QS – Etapa São Paulo Street
Data: 10 a 12 de agosto (a partir de 9h)
Local: Pista de Skate do Parque Municipal Chácara do Jockey (Av. Prof. Francisco Morato, 5257 - Vila Sonia, São Paulo)
CALENDÁRIO CIRCUITO BRASILEIRO DE SKATE 2018
Street
- STU Qualifying Series
Rio de Janeiro-RJ 17 a 18/3
São Paulo-SP 10 a 12/8
São Luís-MA (data indefinida)
Quarta etapa dp Qualifying (à confirmar)
- STU Open
Rio de Janeiro 14 a 18/11
Park
- STU Qualifying Series
Florianópolis-SC 18 a 20/5
São Paulo-SP 17 a 19/8
Brasília-DF 12 a 23/9
- STU Open
Rio de Janeiro 14 a 18/11
SELEÇÃO BRASILEIRA DE SKATE 2018
Street masculino
Kelvin Hoefler
Luan de Oliveira
Tiago Lemos
Felipe Gustavo
Street feminino
Leticia Bufoni
Pâmela Rosa
Monica Torres
Gabriela Mazetto
Park masculino
Pedro Barros
Luiz Francisco Mariano
Murilo Peres
Ítalo Peñarrubia
Park feminino
Yndiara Asp
Dora Varella
Isadora Pacheco
Camila Borges
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Meet Felipe Gustavo, skater who can represent Brazil in the 2020 Olympics.
The brasiliense that integrates the first Brazilian Selection of Skate criticizes lack of professional track in the federal capital.
Born in Guara, Felipe Gustavo Macedo was just over 1.50m tall, 40kg and still wasting his cheeks - a characteristic that originated the nickname kept until today - when he left Brasilia to try out the skateboarding career in the United States at the age of 15. Currently, at 27 and with a leaner face, the athlete is part of the first Brazilian Selection of skateboarding, formed this year to watch the debut of the modality at the Tokyo Olympics in 2020.
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Felipe will compete in the STU Qualifying Series, in São Paulo, and had to shorten the passage through Brasilia
"It must be a very sinister sensation to be among the best of the best and wear the uniform of the country," hopes Felipe Gustavo. The possibility of realizing this dream is closer, but the number of vacancies per country for skateboarding in the next Olympic Games is still undefined. It is known that there will be the competition in the categories street and park, with 40 skaters (20 female and 20 male) in each one.
The reflexes of the skate achieving the status of Olympic modality, however, are already felt by sports lovers. "Skateboarding has always been a street parade, which to this day is very discriminated against. Being an Olympic sport, it must change the minds of many people and generate new opportunities with sponsorships and visibility, "says the Brazilian. The first step in Brazil, which divides the world with the United States, was to create the Brazilian National Team and a national park and street circuit. The competition will also serve to compose a ranking of the country for the formation of the yellow-green team from 2019.
Living in Los Angeles 12 years ago, Felipe Gustavo returns to Brasilia just to kill the homesickness of his family, his friends, and the South Banking Sector, one of his favorite places in the world, alongside Barcelona and China's cities. Who loves the most: skateboarding. It is in the federal capital that most of the friends who still call him Cheek are. "I feel very free, it is a peak that the whole world wanted to have. You can skate that no one will send you away. It is covered, the ground is good and we have this freedom in Brasilia, "he praises.
Prediletion that did not prevent the departure of brasiliense from the hometown for over a decade to carry forward the dream of becoming a professional skater. The Athlete Bag he received early in his career was what sustained him at the beginning of the adventure in the United States. Then he unleashed, but another dream goes unrealized. "What makes me more outraged in Brasilia is that it does not have a skate street, it never had," he laments.
Felipe Gustavo's passage through the hometown had to be shortened to train in Sao Paulo before the second stage of the STU Qualifying Series - the Brazilian skate street circuit, played from Friday to Sunday (10/8 and 12/8). "I always appealed to the government to make a circuit in the city, but I never got it. It's not possible that with the Olympics, if I can get the job, we're not going to get a clue. " In the first stage of the national circuit 2018, in March, the Brazilian finished in fourth place.
He is eyeing the second stage of the Brazilian Circuit that Felipe Gustavo and the main national skaters are in Brazil. From Friday (10/8) to Sunday (12/8), they compete for the STU Qualifying Series, at the Skate Park of the Municipal Park Chácara do Jockey, in São Paulo. Pâmela Rosa, champion of the 2017 edition of the STU Open and X-Games in the previous year, confirmed presence. "It's a championship that only raises the level of the national skateboard and helps to encourage women's participation, which is on a crescendo," points out the member of the Brazilian National Team. The stage should count on 24 athletes in the female and 96 in the male.
The initial proposal was that the Brazilian circuit of 2018 counted on 10 stages, five of street and five of park, in the masculine and feminine suits. Four events would qualify (STU Qualifying Series) in different states. Brasilia, inclusive, is in the park category calendar. The city will stage the third stage, scheduled for September 21 to 23. The races in the park have already passed through Florianópolis in May and will arrive in São Paulo from August 17 to 19.
In the street dispute, however, the Maranhao stage, which would be played at the end of July, has been postponed and has not yet a definite date - the event has already passed through Rio de Janeiro. In both categories, there is still a qualifying stage with undefined place and date. In the fifth and final stage of both styles, called STU Open 2018, will be announced the members of the Brazilian Team of 2019. Scheduled for November, the final stage will feature foreign skaters in Rio de Janeiro.
In October of last year, the Brazilian Olympic Committee (COB) joined the Brazilian Skate Confederation (CBSk). The recognition of the new entity as responsible for the design of the eye modality at the Tokyo Games occurred after a dispute with the Brazilian Hockey and Skating Confederation (CBHP). Under the management of Bob Burnquist, CBSk aims to give more support to the Brazilian National Team.
Throughout the season, the 16 team skaters (four male and four female athletes from each Olympic mode: street and park) are entitled to travel to participate in international competitions, cost help and health insurance. They also receive support from a team of physicians, physical therapists and trainers. "I have all this in the United States, but having that in Brazil is also essential. There are a lot of female skaters, for example, with potential but they have no sponsorship," says Felipe Gustavo.
SERVICE
Carlos Vieira / CB / D.A Press
Felipe in the South Banking Sector, in Brasilia: "It's one of my favorite places"
STU QS - Stage São Paulo Street
Date: August 10 to 12 (from 9am)
Location: Skate Park of the Chacara do Jockey Municipal Park (Prof. Francisco Morato Avenue, 5257 - Vila Sonia, São Paulo)
BRAZILIAN SKATEBOARD CIRCUIT CALENDAR 2018
Street
- STU Qualifying Series
Rio de Janeiro-RJ 17 to 18/3
São Paulo-SP 10 a 12/8
São Luís-MA (indefinite date)
Fourth stage dp Qualifying (to confirm)
- STU Open
Rio de Janeiro 14 a 18/11
Park
- STU Qualifying Series
Florianópolis-SC 18 a 20/5
São Paulo-SP 17 to 19/8
Brasília-DF 12 a 23/9
- STU Open
Rio de Janeiro 14 a 18/11
BRAZILIAN SKATEBOARD SELECTION 2018
Male street
Kelvin Hoefler
Luan de Oliveira
Tiago Lemos
Felipe Gustavo
Street female
Leticia Bufoni
Pâmela Rosa
Monica Torres
Gabriela Mazetto
Men's Park
Pedro Barros
Luiz Francisco Mariano
Murilo Peres
Ítalo Peñarrubia
Female Park
Yndiara Asp
Dora Varella
Isadora Pacheco
Camila Borges
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